quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O sêlo de Salomão

A gravura do Sêlo de Salomão aparece na primeira obra da maturidade mágica de Eliphas Levi, Dogma e Ritual da Alta Magia.

Publicada em 1855, neste trabalho pretendeu conciliar religião e ciência, a fé e a razão, como demonstrar para os que têm olhos para ver e ouvidos para ouvir que o saber mágico tradicional era, inclusive, a grande síntese conquistada e realizada pela fé e a razão. O espírito deste livro, assim como o do autor, é do esclarecimento, conciliação e paz. Neste livro, foram incluídos os seguintes comentários sobre o Selo de Salomão:

Estes dois triângulos, reunidos numa só figura, que é a de uma estrela de seis raios, formam o signo sagrado do Sêlo de Salomão, a estrela brilhante do macrocosmo.



A idéia do infinito e do absoluto é expressa por este signo, que é o grande pentáculo, isto é, o mais simples e o mais completo resumo da ciência de todas as coisas. A própria gramática atribui três pessoas ao verbo. A pessoa que fala; a pessoa a quem se fala; a coisa de que se fala. O princípio infinito, ao criar, fala de si mesmo para si mesmo.

O duplo triângulo de Salomão é explicado por São João de modo notável. ‘Há’, diz ele, ‘três testemunhos no Céu: o Pai, o Logos (filho) e o Espírito Santo, e três testemunhos na terra: o enxofre, a água e o sangue’. São João está, deste modo, de acordo com os mestres da filosofia hermética, que dão ao seu enxofre o nome de éter (espírito), ao seu mercúrio o nome de água filosófica (anima), ao seu sal o qualificativo de sangue do dragão ou mênstruo da terra (corpo); o sangue ou o sal corresponde, por oposição, ao Pai; a água azótica ou mercúrio ao Verbo ou Logos e o enxofre ao Espírito Santo. Mas as coisas de alto simbolismo somente podem ser entendidas pelos verdadeiros filhos da ciência.

Fonte: Ritual e Alta Magia - Eliphas Levi

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