quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Elementa Chemicae de J.C. Barchusen

1) O emblema da pedra filosofal (o lápis) sobre a lua crescente. Há de submeter duas vezes o ouro ordinário (o leão) ao processo de purificação pelo antimônio (o lobo), para livrá-lo de suas impurezas. O dragão é o mercúrio filosofal (Mercúrio).
2) O alquimista procurando pela ajuda divina antes de por mãos à obra.
3) O caos.
4) O escuro do lápis.
5) Os quatro elementos.


6) Os dois círculos representam o pneuma e a alma que se unem no mercúrio filosofal.
7) Os seis planetas encarnam os metais aparentados com Mercúrio, aqui em forma de pássaro. O cofre fechado significa que o caminho ao mercúrio superficial está oculto.
8) O círculos interiores representam os quatro elementos de que compõem a substância básica dos sete metais (as estrelas fixas).
9) O enxofre (sol) e o mercúrio (lua) são os princípios masculino e feminino.


10) O contato da lua e do sol conferem ao Mercúrio a propriedade de fecundar aterra.
11) É necessário que o enxofre e o mercúrio se desprendam da matéria que os contêm mediante a ação do fogo.
12) Purificação do mercúrio filosofal por sublimação.
13) O mercúrio filosofal combinado uma vez mais com o enxofre, para dar lugar a um fluído homogêneo.


14) O ouro (leão) é purificado pela sua incorporação ao antimônio (lobo) O ouro (leão).
15) A transmutação se opera pela dissolução no enxofre filosofal.
16) Forno do atanor.
17) A retorta na qual o enxofre se combina com o mercúrio.


18) O mercúrio filosofal se compõe de elementos voláteis saídos do mercúrio (Azougue) e de elementos sólidos derivados do enxofre (Latão). O pássaro representa o espírito mercurial que alimenta a obra.
19-21) A corrupção (putrefactio), estado em que os quatro elementos se dissociam e a alma abandona o corpo. O pássaro voando indica que o resíduo corporal deve ser repetidamente misturado com o produto da destilação.


22-23) O negrume da putrefação (nigredo) se purifica com o azougue, espírito vivo extraído do mercúrio.
24-25) A putrefação (nigredo) abre o caminho para a união (conjunctio) e a fecundação. É a chave da transmutação. A estrela indica que a matéria dobra-se em si mesma, portando em seu seio o germe dos sete metais.


26-27) A matéria negra (sapo) se faz branca quando mistura-se com enxofre (pomba); um forte calor a obriga segregar todos os elementos úmidos.
28-29) Os elementos se reestruturam sob o efeito do calor.


30-33) A extração repetida da essência mercurial mediante a destilação e sua precipitação em forma de orvalho provocam a reestruturação dos elementos no matraz.


34-37) O lápis adquire sua natureza ígnea na sétima destilação. A aparição de Apolo e da Luz anunciam a iminente transmutação da pedra.


38-41) O elemento úmido se eleva, seguindo do dar, na nona destilação do mercúrio filosofal.


42-45) Na décima destilação e sua conseguinte umidificação se produz um desdobramento dos elementos. A natureza ígnea do lápis se deposita no fundo do matraz. Assim a água se evapora, dando lugar a formação de nuvens.


46) A última sublimação do lápis, representando aqui como um pelicano, pássaro que com seu sangue (tintura) devolve a vida de seus filhos mortos (os metais vulgares).
47) A fixação definitiva (fixatio) do lápis, em forma de fênix que renasce das cinzas.
48-49) Os elementos tem sido reunidos e o Opus consumado.


50-53) Quanto mais transparente e sutil é o lápis, quanto maior consistência possui, maior é sua força de penetração e as cores são mais vivas. Para intensificar estas qualidades se produzem outras sublimações: o lápis será fecundado com o mercúrio filosofal (a serpente) tantas vezes quantas seja necessário, "até que a serpente se devore sua cauda" e se produza a dissolução da pedra.


A dissolução do lápis (54) e as repetidas destilações ou sublimações (55) com as umidificações conseguintes (56) produzem sua solidificação.


Se verte novamente o azougue e se aumenta a temperatura (56-60), pois a alma tem que transpirar até a evaporação (61).


62-65) O lápis necessita uma cocção viva e intensa.


66-69) Se umidifica novamente a massa, já que quanto mais se destile, maior será a força de penetração e tingimento da pedra.


70-74) O suplício do fogo, que dura vários dias, produz a maduração da pedra, que se encaminha até sua perfeição e sua ressurreição.


75-78) "Depois de grande martírio e não menos sofrimentos, eis-me aqui ressuscitado,puro e sem mancha"... Alma e espírito tem penetrado o corpo de parte a parte, o Padre e o Filho são Unos, a caducidade e a morte já não tem poder.



J. C. BARCHUSEN: Extraído do livro: O Museo Hermético / Alquimia e Misticismo

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