quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

As mancias

‘Utriusque cosmi historia’

Esta mandala é a capa de um dos livros clássicos da bibliografia rosacruzeana cujo autor é o célebre rosacruz Robert Fludd. Ele foi um rosacruziano inglês proeminente, físico paracelsiano, alquimista kentiano anglicano, matemático, astro-logo, cabalista, filósofo místico, 16º mestre principal do priorado de Sion e desenhista de máquinas de movimento perpétuo. Foi, ao mesmo tempo, um escritor prolífero, e muitos de seus trabalhos em alquimia, rosacruzismo, medicina oculta, filosofia magnética e várias teorias científicas sobrevivem, ainda, até o dia de hoje.

Utriusque cosmi historia, que é o nome do livro, é uma obra vasta, emitido em cinco tomos durante o período de 1617 a 1621, que tentou reunir uma síntese das idéias esotéricas ocidentais em relação ao macrocosmo e o microcosmo, o cosmo e homem.

No caso da 'Historia do Cosmos', como é conhecido popularmente este livro, mundos y estados de consciência são representados nas suas gravuras através das diversas simbologias provenientes da tradição ocidental. Fludd considerava o ser humano como um microcosmo ou uma reprodução, em pequena escala, do macrocosmo. Experto em matemáticas e cabala, conseguiu sintetizar ambas disciplinas em um tipo de 'pitagorismo místico'.

Robert Fludd, nesta representação em forma de mandala, mostra ao ser humano (HOMO) iluminado pela coroa, simbolizando a culminação do processo alquímico. O ser humano, acima do símio que representa a prima matéria, está abaixo da revelação ou da luz da sabedoria.

O ser humano na mandala está rodeado, do mesmo modo, pelo conhecimento humano que se desintegra em sete áreas santas. Este conhecimento descreve as artes práticas protegidas pelas forças da criação.


Estas artes santas são: Prophetia, a arte da predição; Geomantia, a arte dos pontos; Ars memoria, a  arte da memória; Genethlialogia, a arte da origem; Physiognomia, a arte da interpretação do caráter; Chiromantia, a arte da leitura da mão; e Pyramidum scientia, a arte do tratamento dos nervos.

Todas estas artes são estudadas com, o que Robert Fludd chamava, o olho interno. Segundo ele, este olho interno, ao qual chamava de oculus imaginationis, se encontrava próximo e atrás do cérebro, e era através dele que se produziam as verdadeiras experiências da alma, e, também, através dele que era percebida a realidade.

Esta mandala age como um círculo de proteção e trabalha o recolhimento ao interior da pessoa para o seu reencontro com a sua parcela divina e suas faculdades santas.


Fonte: Alquimia - Coleções Del Prado

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